Direção sem medo
Pegar estrada hoje não está fácil, principalmente pela imprudência dos motoristas e a má condição de muitas vias no Brasil.Por esses e outros motivos, muitas pessoas ficam com medo de dirigir e, mesmo depois de tirar carteira, ficam meses ou até mesmo anos sem chegar perto do volante, como é o caso da bancária Jacqueline Kemp, moradora de Brasília (DF).
Ela tirou carteira aos 30 anos, mas como já havia perdido o irmão e primos em acidentes de carro, não conseguiu dirigir. Ficou um ano longe do volante até se mudar para um bairro afastado na capital do país, quando precisou vencer seu medo. “O único jeito de me locomover na cidade e levar meus filhos para a escola era usando o carroJacqueline Kemp. Eu fiquei uma semana ansiosa, com medo e passando mal. Mas depois passou. Hoje consigo dirigir tranquilamente”, conta.
O medo gera um bloqueio para fazer algo, como aconteceu com Jacqueline, mas de acordo com Maria Clara Jost, psicóloga da Tip Clínica, em Belo Horizonte (MG), esse sentimento não tem uma causa determinada e na maioria das vezes está ligado à história de vida da pessoa. “Há um medo natural que todos nós sentimentos, que é o da morte, e ele pode ser deslocado para estados mais exagerados. Tem situações em que a pessoa não se considera importante ou amada e esse sentimento pode gerar algum tipo de medo também, como de altura ou multidão. Também há casos em que a pessoa viveu determinada situação que causa um medo. Onde há esse sentimento existe também algum indício de insegurança”, afirma.
A secretária mineira Sara Barbosa, de 24 anos, também ficou com medo de dirigir assim que tirou carteira. Ela conseguiu passar nos exames de direção na quarta vez que tentou, mas ficou dois meses sem conseguir pegar no volante. “Estava acostumada com o auxílio de um instrutor e quando precisei dirigir sozinha me achei incapaz. Hoje já superei e estou mais confiante. Dirijo sozinha para todos os cantos”, afirma.
Para enfrentar o medo, a psicóloga orienta que as pessoas tentem trabalhar aos poucos esse sentimento ou busquem um profissional da área de psicologia para auxiliar. “Não existe uma causa que leve a um efeito específico. Muitas vezes são questões emocionais que podem se deslocar para outras situações. A ansiedade desproporcional também pode influenciar o medo. Cada caso é um caso”, finaliza.
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